Etarismo silencioso no recrutamento.

 




Recebi uma carta de desabafo de uma seguidora em uma das minhas redes sociais. Uma profissional,
 50 anos, na busca por um emprego que nunca chega. 

Vou chamá-la: Rosa da Silva.


A carta dizia: já foram centenas de currículos enviados, dezenas de cadastros em plataformas de emprego, incontáveis testes, formulários e horas de esperança. E, no fim, a mesma resposta automática de sempre: “Infelizmente, você não se encaixa na vaga. Mas seu currículo ficará em nosso banco de talentos.”

Um banco que, na prática, nunca chama.


Não estou buscando cargos acima das minhas habilidades ou experiências. Pelo contrário: tenho me candidatado a vagas bem abaixo da minha capacidade — e, ainda assim, nem uma entrevista consigo.


Dói perceber que, muitas vezes, a idade pesa mais do que a competência. Empresas continuam preferindo contratar profissionais muito jovens, mesmo sem qualificação, enquanto ignoram quem carrega maturidade, responsabilidade e anos de experiência prática.


E os sinais dessa falta de preparo são claros no mercado. Quantos de nós já entramos em lojas e saímos sem comprar nada, decepcionados com o atendimento? Produtos bons, preços bons… mas nenhum vendedor para nos atender. Muitos jovens distraídos, batendo papo, olhando para o celular, enquanto o cliente sai de mãos vazias — e sem intenção de voltar.


Eu mesma já vivi isso diversas vezes: entrei com a necessidade real de comprar, vi vários vendedores conversando, me viram em frente ao produto, e… nada. Saí e comprei no concorrente. Paguei até mais caro, mas fui tratada com atenção e respeito — e não precisei de nenhum “encantamento”, porque eu já tinha a decisão de compra tomada. Só faltava alguém que me atendesse.



Meu desabafo aqui é para pedir — ou melhor, implorar — que os recrutadores e empresas olhem para os profissionais 50+ não como um risco, mas como um investimento.

Somos pessoas que já criaram seus filhos, têm estrutura emocional, cuidam da saúde, têm residência estabilizada e, acima de tudo, carregam uma bagagem de experiência prática que não se aprende em curso rápido. Sabemos trabalhar com responsabilidade, comprometimento e resiliência.


Quando um profissional 50+ envia um currículo, pode ter certeza: essa pessoa quer agregar. Quer contribuir para o crescimento da empresa. Não está apenas buscando pagar uma conta do mês, tampouco querendo usar a vaga como trampolim.


Nós, 50+, estamos sendo levados a gastar horas preenchendo cadastros, fazendo testes, alimentando expectativas… para receber, quando muito, uma resposta automática depois de cinquenta tentativas.

É desrespeitoso. É desumano. É exaustivo.


Falo aqui por mim — e por tantos outros profissionais 50+ que vivem o mesmo cenário.

Pedimos apenas respeito.

Aqueles do outro lado do currículo estão do lado mais duro da história: o do desemprego.

Ass: Rosa da Silva



E você, amigo(a) leitor(a), já perdeu uma oportunidade ou vaga de emprego por ser 50+?

Clique no botão azul e deixe o seu comentário aqui.


Obrigada, e até a próxima!

Bjs da Mira Rammos



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Não romantize a sua rotina.

Quando um homem não quer mudar!

A Geração 50+ na Vanguarda da Reinvenção Profissional Pós-2025